14 de agosto de 2013

Queres convencer-me a não votar?...


E tu meu merdas que apelas aos outros para não votarem só porque tu sempre o fizeste ao centro e à direita e estás desiludido por eles te irem aos bolsos e deixarem de ser teus "amigos" (como se a direita tivesse amigos).
Agora, como em muitos momentos no passado, preferes continuar a alimentar o sistema com a tua abstinência e a pensar que assim, vais conseguir mudar alguma coisa. Mais grave ainda, propagas a tua ignorância e ausencia cívica e estás convencido que levando outros a terem atitude semelhante chegarás à “Terra Prometida”.
Para ti os políticos são todos iguais, melhor fora que continuasses a ter o António “botas” em S. Bento a ser teu eterno pai condutor. Pronto, assim estava tudo mais calmo e ordenado.
O que escondes é outra coisa: O medo de te expores, assumindo o que pensas e, que chatice, teres que participar na sociedade e assumires RESPONSABILIDADES perante ti próprio e perante os outros concidadãos.
Tu és um misto de muitas realidades. Poderás ter vindo de África devolvido com uma mão à frente e outra atrás tal como foste lá parar e não perdoas as mudanças realizadas em Abril de 1974 e que te tramaram o “reinozinho” que tinhas construído à conta da exploração doutros povos. Poderás ter vindo, também, da noite escura do fascismo que te marcou e que de repente, com a Alvorada em Abril te abriu as portas da oportunidade para uma nova CARREIRA “democrática”, lucrativa e te catapultou para um órgão do poder local ou central transformando-te num “cacique moderno” e bem sucedido.
Possívelmente podes ter aderido ao PREC e andado a brincar à revolução para depois do 25 de Novembro te safares e até teres arranjado uma carreira liberal. Podes ainda ter sido daqueles detentores da verdade toda que naquele período consideravam os “esquerdistas” piores que fascistas.
Pois é, tudo isso é passado e a forma como continuas a pensar lá pertence. Morreu, acabou.
O tempo que vives é OUTRO. Já nada é certo, não podes continuar a esconder-te porque o “Big Brother” está de olho em ti, na tua família, nas tuas coisas. Como não és capaz de te associar a outros e lutares pelos teus interesses, não percebes que o teu comportamento só favorece aqueles que têm o PODER e o DINHEIRO e te privam da saúde, educação dos teus filhos e do bem estar de toda a comunidade.
Do que tu tens medo é de soluções desconhecidas e que apontem um futuro melhor mas desconhecido. Soluções para problemas como a pobreza e a exclusão que te obriguem a PARTILHAR em vez de criar “Xicos espertos” a viver à conta dos “parolos”.
Uma sociedade participada e controlada por todos em vez de teres “capatazes” e mercenários corruptos pagos para grarantirem que só te resta por o VOTO e calar a boca.
Este foi o resultado do teu comportamento egoísta mas continuas a ser incapaz de MUDAR. Preferes alardear que o que é bom é não votar, quando essa atitude só viabiliza que este sistema de merda se mantenha porque os mesmo são perpetuados no PODER através das clientelas, amigos, famílias e ignorantes. Sabias que estes incapazes do governo actual foram eleitos por menos de 18% da população? Então?... É bom não votar? Não tens é coragem de desviar o teu voto para os partidos de esquerda e assim obrigá-los a abrir condições para que os cidadãos EXERÇAM  O PODER.
Dou-te um exemplo simples: Quando em 1974 se começaram a dar os primeiros passos para o então chamado “Poder Popular”, na terra onde tenho vivido, as assembleias de freguesia eram no salão dos bombeiros onde não cabiam todos os participantes. A casa abarrotava e as sessões acaloradas pela discussão. Hoje vais a uma “representação teatral” chamada Assembleia de Freguesia e vês uma mesa com 10 a 15 membros a presidir e 4 ou 5 gatos pingados a “assisti”. O “público” só pode fazer perguntas ao “soba” da freguesia e este responde como quer e lhe apetece sem direito a novos esclarecimentos ou interpelações.
Esta é a “democracia” que ajudaste a construir com a tua ausência.
Queres-me convencer a não votar? Já percebeste que não consegues e espero que tenha contribuído para que muitos outros percebam a “trama” do não votar.

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