Uivemos Juntos!
Cão que ladra não morde, mas Lobo que uiva ataca! Uivando juntos ganharemos mais força.
25 de abril de 2022
12 de fevereiro de 2022
Uma provocação no dia das Legislativas de 2022
Ainda no rescaldo das “legislativas absolutistas”...
Nunca tinha assistido a umas eleições, neste caso para a Assembleia da República, tão fortemente manipuladas pelos “órgãos de comunicação social”, como as que tiveram lugar no passado dia 30 de Janeiro do corrente ano.
A propósito disto tomei conhecimento duma pequenina nota do “Correio da Manhã”, que nem sequer classifico como notícia, a propósito do “primeiro deputado maoísta na Europa ocidental”.
Referia-se o “cronista”, do pasquim em questão, ao primeiro Deputado Constituinte pela União Democrática Popular, Américo Duarte que nunca foi motorista e muito menos maoista (escrito à portuguesa e não como no pasquim que foi escrito à brasileira). Se o autor da nota tivesse investigado um pouco saberia que Américo Duarte, operário, mecânico da LISNAVE se destacou como membro da Comissão de Trabalhadores na caça aos PIDES e bufos logo a seguir ao 25 de Abril e pela luta na defesa dos direitos dos trabalhadores do estaleiro, tendo pertencido à Primeira Comissão Nacional da UDP, sendo mais tarde Deputado Constituinte. Sobre a curta descrição política, organizações e partidos da época, países, luta ideológica, etc, que abordou pela rama nem vale a pena tecer qualquer comentário. Seria muito penoso explicar toda essa problemática a um “analfabeto político”.
A nota de tão rasca que é mereceria menos atenção mas entendi que não podia deixar passar em claro tanta parvoíce e incompetência.
É habitual, de vez em quando, os OCS burgueses e capitalistas virem com provocações para cima daqueles que se bateram para mudar o destino desta terra e tirar a canga dos exploradores de cima dos trabalhadores.
Também consigo ler nestas manifestações a luta dos vários “agentes propagandísticos” pelas audiências, “shares” e outras aldrabices do abençoado mercado, para compreender a falta de profissionalismo jornalístico e a ausência de ética para vir a público com informações falsas e distorcidas. O poder que estes meios hoje possuem, ficou bem demonstrado nestas eleições: Uns dias antes de 30 de Janeiro o PS perdia as eleições e afinal no dia 31 ganhou com maioria absoluta!
Neste contexto, as muitas
crónicas, comentários, sondagens e “debates” com análises
manipuladoras a seguir aos “frente-a-frente” fomentaram o medo e
a insegurança numa sociedade doente e pouco esclarecida. E cá
estamos numa “democracia” que tem como 3.ª força política
(forjada) um partido FASCISTA com bombistas e racistas no seu seio.
Apetece-me apenas reproduzir um oportuno comentário lido algures
questionando os juízes do Tribunal Constitucional: Irão lá só
para receber o ordenado?…
Aqui fica a memória sobre uma
provocação e o seu enquadramento na situação política actual que
dispensa “pedidos” de reposição da verdade a um jornal que nem
isso merece.
Américo Duarte vive hoje afectado pela doença de Parkinson, há cerca de 8 anos que lhe resiste, subsiste com uma pequena reforma que mal dá para fazer face à vida e adquirir os medicamentos que o ajudam a atenuar os efeitos da doença, embora tenha trabalhado toda a vida, desde os 12 anos de idade, fazendo os seus descontos para mais tarde ter uma reforma (excepto nos casos em que os patrões lhe ficaram com os descontos indevidamente), nunca tendo auferido de qualquer ordenado ou subsídio enquanto foi deputado na Assembleia Constituinte ou conte com qualquer apoio oficial, embora recentemente tenha sido reconhecido, tal como todos os outros deputados constituintes, com o “título” de Deputado Honorário. Como muitos milhares de portugueses é vítima de uma sociedade cada vez mais desigual e oposta aos valores da Revolução de Abril por que tanto se bateu.
29 de dezembro de 2021
Reflexões no final do ano de 2021
Aproxima-se o final de mais um ano e, como muitas vezes no passado, passam pela minha memória, quase como em turbilhão, as imagens de 2021 que, estranhamente e à medida que os anos passam, tudo parece pior e com muito poucas esperanças das coisas mudarem.
Assalta-me a dúvida de que estarei mesmo a envelhecer e que por isso tudo parece tenebroso e a caminhar para um beco sem saída… Será?
Vamos voltar o “filme” do ano para trás e percorrer algumas das situações vividas tentando tirar conclusões.
A pandemia
Os avanços e recuos dos técnicos, cientistas e políticos até poderão parecer “normais” porque nestas coisas da ciência o que hoje é verdade amanhã pode não ser. Mas será aí que reside o problema insolúvel ? Perece-me que não, vejamos:
A pandemia afecta a humanidade globalmente e é gerida como se de um negócio se tratasse. Nos noticiários, de uma maneira geral, o que salta em primeira caixa é “o impacto da pandemia na economia” para depois desfilarem os números de infectados, internados, em UCI e mortes.
Desta forma estamos
esclarecidos: O balcão à frente da barriga sobrepõem-se à atitude
do médico perante o doente acamado para darmos lugar aos
“comentadores” economicistas que se destacam em verborreia falsa
e distorcida da realidade.
É muito comum o comentário “as
pessoas é que têm a culpa” (e muitas vezes têm)
só que
esta falácia esconde o essencial: O brutal e desumano negócio que
se está a fazer a nível mundial com a “gestão” privada desta
calamidade.
Muito recentemente vemos incrédulos a forma política adoptada aqui em Portugal por um governo em fim de vida, incapaz de pôr o dedo na ferida, por exemplo com a vergonha do negócio criminoso dos testes impostos recentemente, provocando a escassez e lançando as aves de rapina do “abençoado mercado” numa especulação desenfreada. Aliás não é só neste caso que encontramos explicações para o disparo de variantes, novos surtos e situações incontroláveis do fenómeno.
Basta de caracterizações. Arrisco fazer uma proposta para COMBATER a pandemia:
CONFISCO! Sim confisco do negócio dos laboratórios privados, quebra de patentes das vacinas e desde já desenvolver uma investigação a todos os agentes envolvidos, incluindo os políticos a nível nacional, na Europa e no mundo para apurar responsabilidades criminais na forma como tiram partido da pandemia para engordar os accionistas das corporações, muitas sem rosto, que continuam a lucrar com um problema que afecta a humanidade e que por isso não pode ser resolvido por entidades privadas que não estão fiscalizadas pela comunidade. Sejamos claros: O problema é humanitário e mundial por isso os meios para combater o vírus têm que ser suportados a PREÇO DE CUSTO sem qualquer reserva para mais valias.
Outra questão que se coloca é
a necessidade do problema ser resolvido a nível global por isso não
pode haver continentes e países ricos e pobres, todos têm que ter
acesso às vacinas e medicamentos de uma forma IGUAL que cubram as
necessidades das populações.
Não confio nas entidades
mundiais tipo OMS, ONU (que já não existe há muito nem representa
seja o que for) muito menos essas figuras pardas tipo Durão Barroso
e Bill Gates, para não falar em muitos mais que andam por aí a
defender lobbys (eu chamaria quadrilhas) e que estão organizados nas
várias “instituições” do mercado capitalista mundial.
Mas não só de pandemia padecemos
A nível internacional
assistimos àquilo que os “especialistas” designam por uma
escalada na tensão políco-militar na fronteira da Ucrânia com a
Federação Russa, envolvendo o “governo” da Europa, Estados
Unidos e possivelmente o Reino Unido por um lado e a Rússia, China e
Irão por outro, segundo tenho apurado nas notícias disponíveis que
têm de ser lidas com algum cuidado para não se ser confundido com
as várias propagandas.
Já ouvi repetidamente vários
“entendidos” neste problema que a situação pode degenerar num
3.º conflito mundial, havendo ainda outros que consideram que as
“provocações” russas ao redor das trincheiras ucranianas,
possivelmente pagas em dólares e euros, não são para levar a
sério…
Acredito que o capitalismo começa a ter dificuldades para prosseguir a sua cavalgada e manter os lucros do “grupo dono do mundo”, arranjando estratagemas e dividindo para reinar o mundo proletário que hoje já conta com o reforço da chamada classe média empobrecida. Será isto suficiente para fazer desmoronar o império tirano?…
Uma coisa é certa: A situação actual é insustentável e inviável. Ecológica, económica, social e politicamente.
Numa abordagem mais negra sou levado a pensar que os cidadãos deste mundo terão a necessidade de se organizar e usar todos os meios* para se defenderem dos vários exércitos de mercenários (pagos) que funcionam como guardas pretorianas dos vários governos instituídos mundialmente e que, quase todos já não representam as respectivas sociedades. O medo governa e a chantagem económica faz o resto deixando centenas de milhões na miséria e outros milhões a caminho dela.
Quanto ao que nos diz respeito em Portugal
Para uma clarificação
necessária começo por me identificar politicamente: Penso à
esquerda, exerço a cidadania, dentro das minhas possibilidades, ao
nível social, considero-me um antifascista e anti-capitalista
convicto, agnóstico porque não conheço provas de que o tal Deus
exista ou não, mas no fundo aproximo-me do ateísmo. As religiões
ao longo dos séculos só trouxeram miséria, ignorância e
atraso.
Não tenho qualquer vinculo ou filiação partidária
porque nem sempre concordo com as propostas e na prática dos
partidos de esquerda actuais, considerando a esquerda tudo o que se
situa para lá do PS que caracterizo como um partido do centro
contando com algumas almas de esquerda que ainda acreditam no chamado
“socialismo democrático” que nunca existiu. Porque o socialismo
sem democracia é a negação do pensamento marxista, partindo do
princípio de que num regime socialista, só não existe democracia
para os tiranos, fascistas e exploradores dos trabalhadores, para
esses não pode haver espaço que lhes permita “renascimentos”!
Indo directamente para a fase final do último governo do
PS suportado por um apoio parlamentar do PCP, BE e Verdes fiquei logo
de pé atrás desde que houve uma recusa dos “socialistas” num
acordo vinculado desde o início do mandato e que, na minha opinião,
deveria ter posto logo em alerta os partidos que suportavam esse
governo.
Não ignorando que os meios de
que dispõem os partidos da direita e do centro são
incomparavelmente maiores do que os da esquerda, basta atentar, por
exemplo, apenas para a “comunicação social” mercantilista da
nossa praça e verificar a quantidade de “comentadores” liberais,
direitistas e até fascistas que desfilam perante os nossos olhos não
havendo oportunidade para quem defende o contrário. Poucos são
aqueles que tentam furar o “discurso oficial” da “democracia
com selfies e ginjinhas”.
Apesar de tudo isto não posso
deixar de criticar o comportamento do PCP e do BE ao caírem na trama
de um PS desejoso de ir para eleições à procura duma maioria
absoluta.
Para mim torna-se claro que foi essa a intenção do
partido do governo desde o início do 2.º mandato, porque eram essas
as ordens vindas de Bruxelas que tinha aproveitado a oportunidade de
travar a esquerda agrilhoando-a ao governo no primeiro mandato para
evitar a conflitualidade que poderia existir após “as políticas
além da troika” pela direita, deixando descomprimir um bocadinho a
pressão dos baixos salários e dos cortes nos direitos sociais. O
referido programa prosseguiu com algumas alterações ligeiras
comandadas pelo banco central europeu (compra das dívidas soberanas)
sob a égide do FMI e do eixo franco-alemão.
Sobre este aspecto o chumbo do orçamento socialista numa altura em que a extrema-direita levanta a cabeça e a “mãe das direitas” perfilada no PSD se reforça após lutas internas das várias facções, surge de uma forma incompreensível e até inconsequente. Como dizia Che Guevara “A verdadeira capacidade de um revolucionário mede-se pela sua habilidade de encontrar tácticas revolucionárias adequadas para cada mudança de situação.”
O
passo que foi dado só poderia ter acontecido se as condições
objectivas e subjectivas estivessem criadas para se poder derrubar o
regime vigente, e isso não se vislumbrava.
Portanto haveria
necessidade de se continuar a combater e denunciar as falsas
promessas do PS, criando condições articuladas pelas esquerdas para
inviabilizar a dissolução da Assembleia da República pelo
Presidente das direitas e mobilizando os trabalhadores para o
combate, ganhando tempo e força
para poder impor uma saída diferente e a mudança do regime. O
futuro nos esclarecerá o que realmente se passou e se encarregará
de atribuir responsabilidades para os diversos actores desta
tragédia.
Deixo uma pergunta: Quem
vai capitalizar o descontentamento crescente num ambiente de medo,
trapaça, manipulação da comunicação e de profunda ignorância?
Por último, em relação à nossa situação doméstica, não posso deixar de referir o papel atribuído a um novo actor que nasceu na pandemia, refiro-me ao senhor Vice-Almirante coordenador das vacinas que de um anónimo oficial passou meteoricamente a candidato a Presidente da República, promovido pelo bloco central PS-PSD que o disputa para uso próprio.
Confesso que inicialmente me causou boa impressão e até acreditei que seria uma pessoa difícil de manipular pelo poder político. Nos últimos dias e com as declarações que proferiu fiquei mais esclarecido e mudei de opinião. Afinal é mais um que se aproxima do “altar” do poder. Não gosta de perder e pôs-se a jeito para servir manobras políticas de bastidor (veja-se o caso ainda recente muito pouco esclarecido da substituição do chefe do estado-maior da armada).
Sobre as próximas eleições legislativas de dia 30 de Janeiro de 2022
Com a previsível reorganização da direita e extrema-direita-fascista-”liberal”, um possível enfraquecimento dos “socialistas” e ainda perante as esquerdas que continuam a não se entender tacticamente, as perspectivas para o campo popular não são nada animadoras.
A grande dificuldade é e
sempre foi a postura contra-revolucionária do PS que ao utilizar a
fraseologia de esquerda com uma prática de direita capitalista
impede de definir os campos que se opõem: Quem explora e quem é
explorado.
Não quero entrar muito nas definições ideológicas
porque não é isso que é importante para as necessidades do cidadão
comum mas é impossível abordar este tema sem que se defina muito
claramente que não pode haver “consensos” entre uma casta bem
instalada e uma maioria da população que passa dificuldades e que
vem empobrecendo de uma forma crescente.
Posto isto, pessoalmente, vou
votar BE como tenho feito desde há muito não significando isso que
acredite que possa alterar seja o que for para além de nem sempre
concordar com muitas das prioridades e prática do BE.
Considero
que a nossa sociedade está corrompida transversalmente e que isso
levou ao crescimento dos grupos fascistas que estão a tentar
capitalizar o descontentamento geral, restos de um pequeno grupo
descendente do antigo regime misturado com muita gente ignorante.
Poderão alguns perguntar quem sou eu e o que tenho feito. A esses eu respondo: Vivi intensamente o PREC, acreditei num projecto para mudar Portugal e acabar com “os donos disto tudo”, vivi e participei nessa luta observando os erros que se cometeram e as traições que hoje estão à vista, mergulhei na noite tenebrosa do 25 de Novembro de 1975 e tive que retomar uma vida de trabalho para sustentar a família, para hoje estar reformado e continuar a lutar como posso. Numa coisa não me conseguem vergar, abdicar das ideias que tenho de justiça, liberdade (para todos, excepto fascistas, capitalistas e exploradores), igualdade de oportunidades, saúde, educação e cultura públicas, habitação e trabalho digno. Claro que como estava previsto inicialmente na Constituição da República acredito ser possível a construção duma sociedade a caminho do socialismo.
Para finalizar deixo um boneco que já foi classificado de simplista mas que para mim espelha o essencial. É bom que muitos pensem bem no seu significado no próximo dia 30 de Janeiro de 2022. Veremos!
(*)
Constituição da República Portuguesa – Art.º 21 (Direito de
Resistência):“Todos
têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus
direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer
agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade
pública.”Lei
Constitucional nº 1/2004 de 24-07-2004PARTE
I - Direitos e deveres fundamentais TÍTULO I - Princípios gerais
Documento editado em LibreOffice V. 7.2.4.1 29-12-2021 Jaime Pereira
10 de janeiro de 2021
Na origem: O branqueamento aos crimes do fascismo português
Em jeito de introdução: Senti necessidade de escrever “o que me vai na alma” na situação revoltante em que vivemos, depois de há menos de 50 anos atrás termos vivido tão intensamente um projecto genuíno de renovação e alteração profunda da sociedade portuguesa.
Passados 47 anos sobre o 25 de Abril continuamos a sofrer os efeitos da “revolução tranquila” que permitiu a pides e fascistas, alojados nos mais variados poleiros, subsistirem e se continuem a organizar na sociedade portuguesa.
Há muito que denunciamos a farsa que foi a investigação e julgamento dos crimes de pides e outros responsáveis do regime fascista que consideramos uma afronta a todos aqueles que sofreram na pele a repressão, prisão e a tortura promovidos pelo estado fascista, para além dos crimes praticados ao povo português e aos povos da ex-colónias.
Como consequência do continuado branqueamento, vivemos hoje sob a ameaça de um ressurgimento da besta fascista, em virtude da prática continuada de uma política permissiva e corrupta por parte de uma “elite republicana” ligada àquilo que se vulgarizou como “bloco central” que tem corroído transversalmente, todas as camadas da sociedade, criando uma clique movida por interesses corporativos.Do poder central, aos vários governos, à estrutura administrativa do estado, passando pela justiça e polícias, nas autarquias e outras entidades ligadas aos negócios privados, na saúde, educação, enfim, tudo aquilo que determina a qualidade do serviço público aos cidadãos, encontramos instalado um “polvo” que tem corroído e abalado a estrutura duma sociedade doente e desorientada.
Atribuímos toda a responsabilidade deste branqueamento do fascismo a todos aqueles que, exercendo cargos de responsabilidade política, não tiveram coragem ou não quiseram assumir uma posição que impedisse o evoluir para tal situação.
Torna-se por isso imprescindível que, mesmo ao fim de tantos anos decorridos, se reabra este dossier e se leve a efeito um julgamento fundamentado para punir os criminosos ainda vivos e revogar todo e qualquer privilégio aos responsáveis já desaparecidos.
Muitas vezes somos levados a imaginar o que seria um regime actual se não tivesse havido o 25 de Abril de 1974. Marcelo Caetano tinha tentado lavar a cara ao regime fascista com a sua teoria da “evolução na continuidade”, que se tratava de uma maquilhagem ao “Estado Novo” e que na prática, por exemplo, assegurava que a PIDE – Polícia Internacional e de Defesa do Estado passa-se a designar-se Direcção Geral de Segurança sem qualquer alteração aos seus métodos de repressão e tortura.
O 25 de Novembro de 1975
Nos escassos meses de liberdade vividos entre o 25 de Abril de 1974 e a tenebrosa noite de 25 de Novembro de 1975, os portugueses que acreditaram que era possível mudar as coisas para uma nova situação, que passava pelo projecto do PODER POPULAR, realidade bem diferente da defendida pelos grupos representantes dos vários interesses instalados. Foram ainda confrontados com os jogos de poder das superpotências que dominavam o mundo e determinavam o curso da História.
Esta machadada dada em nome da “normalização democrática” foi executada graças à aliança dos partidos do centro-direita, para onde resvalou o PS que, desde sempre, tinha defendido um projecto que colocou no poder gente interessada na aliança e conluio da política com a finança dominadora.
É curiosos observar, passado
pouco tempo depois do golpe novembristas, a acção de grupos
terroristas, principalmente no norte do país (1976), que atacaram e
mataram militantes de partidos políticos anti-fascistas. Até hoje,
tal como os pides em 1974, não houve nem julgamento nem punições
desses criminosos.
“… Ramiro Moreira, operacional da rede
bombista de extrema-direita, fez-se passar por sindicalista para o
vigiar no início de 1976. «Mandaram-me ir ver o que o padre Max
andava a fazer por aquelas bandas», admitira. «era um homem que se
servia da política para outros fins, mas não era um homem perigoso,
não era nada perigoso», dirá o bombista. «Eventualmente, teria de
se lhe dar uma coça» ou «pintá-lo com zarcão e deixá-lo todo nu
no meio da praça principal de Vila Real», comentara-se em reuniões
do MDLP. Mas algo mais seria planeado”. “Deus abençoe as vossas
mãos – Cónego Melo, aos bombistas do MDLP (in “Quando
Portugal Ardeu” de Miguel Carvalho).
No dia 2 de Abril de
1976 o padre Max foi assassinado pela rede bombista sem que os
criminosos tivessem sido julgados e punidos até hoje.
É importante recuar às origens do fascismo em Portugal e observar a sua “descendência” actual para perceber, ao fim ao cabo, como tudo foi articulado em termos de poder.
Recuando aos tempos da Assembleia Constituinte de 1975 começamos a compreender como tudo foi “organizado” para, fingindo que se "mudava tudo”, garantir que ficava tudo na mesma no essencial.
Não foi por acaso que na primeira intervenção, logo na sessão N. 1 da Constituinte, surgiu a denúncia de que naquela Assembleia estavam sentados alguns deputados que tinham transitado das fileiras da ANP fascista para agora tomarem lugar em S. Bento, para elaborar uma Constituinte antifascista. Foi pela voz do deputado da UDP, o operário Américo Duarte, que tal foi denunciado.
Excerto que consta no Diário das Sessões da Assembleia Constituinte da Sessão N.º 1 de 3 de Junho de 1975:
“O Sr. Américo Duarte: —— Sr. Presidente, Srs. Deputados.
Pensamos
ser breves na apresentação das propostas que queremos pôr à
discussão desta Assembleia Constituinte, dentro deste ponto da ordem
de trabalhos que diz respeito à composição e actuação da
Comissão de Verificação de Poderes.
A missão desta
Constituinte é elaborar uma Constituição que deite pela porta fora
a que vigorava no tempo do terror fascista. Temos, portanto, por
dever para com todo o povo português, de elaborar uma Constituição
democrática que garanta toda a liberdade para o povo se organizar e
lutar, e que retire todas as liberdades aos fascistas. Temos de
acabar com a anterior Constituição fascista.
A nossa primeira
questão diz respeito à constituição da Comissão de Verificação
de Poderes. A UDP considera este assunto da máxima importância.
Pensamos que o trabalho dessa Comissão não se pode restringir a ver
se o Sr. Deputado tal ou tal é ele próprio ou não, se o cartão de
identidade está em ordem ou não. Essa Comissão, seguindo o
principio de que a nossa tarefa deve ser enterrar a Constituição
fascista e construir uma antifascista, deverá verificar se entre os
Deputados aqui presentes existem elementos responsáveis na
elaboração da legislação fascista das anteriores Assembleias
Nacionais do anterior regime ou responsáveis por actividades
fascistas.
É neste sentido que uma das propostas que pomos à vossa consideração define que a actuação da Comissão de Verificação de Poderes deverá ser a verificação da responsabilidade que todos os Deputados que ontem se sentaram na antiga Assembleia fascista e hoje estão aqui sentados tiveram na feitura de leis fascistas.
Outra proposta define que não possam ser eleitos para essa Comissão todos os Deputados que tenham pertencido a qualquer das Assembleia Nacionais fascistas.
E por que é que fazemos esta proposta?
O povo português tem os olhos postos nestas Assembleia. Espera que dê amplas liberdades ao povo, de forma que este possa arrancar, sem qualquer empecilho, no esmagamento total da fera fascista, que impeça os fascistas de se organizarem em partidos, que imponha as penas mais severas para todos os que participaram na repressão fascista e que colaborem em golpes fascistas.
Por outro lado, a UDP tem afirmado claramente que estão aqui nesta Assembleia partidos fascistas, ou que se acoitam fascistas no seu seio, contra os quais já várias vezes o povo se manifestou.
Foi a partir deste facto que tentamos investigar a actividade política de alguns Deputados desta Assembleia, principalmente daqueles para quem esta Casa não é nova, pois já aqui estiveram sentados no tempo do fascismo.
Se o Sr. Presidente e esta Assembleia me dão licença, passo a ler alguns parágrafos de uma comunicação do fascista Marcelo Caetano à Assembleia fascista, transcrita no nº 138 do Diário das Sessões, p. 2790, de 16 de Novembro de 1971:
É um facto notório, mais uma vez reconhecido pela Assembleia Nacional, que, desde 1961, em alguns distritos de Angola e posteriormente em Moçambique e na Guiné se tem produzido actos de subversão.
Tal situação obrigou a reforçar nesses territórios as forças de segurança e a enquadra-las por unidades dos três ramos das forças armadas, que, de há dez anos para cá, em consequência de severa mobilização de esforços nacionais, vigiam e combatem para assegurar às populações o sossego por elas desejado no seio da Pátria Portuguesa.
Os actos de subversão ocorrem unicamente junto de fronteiras com territórios estrangeiros, donde são inspirados e alimentados. Em quase toda a extensão dos territórios das nossas províncias reina a paz, e a vida processa-se em inteira normalidade, e até com um surto impressionante e espectacular de progresso económico e de bem-estar social.
E mais adiante:
... o facto de a subversão ser estimulada por países estrangeiros e apoiada fortemente por certas organizações internacionais e por partidos extremistas obriga a vigilância constante em todo o território nacional, sem excluir a metrópole, onde têm sido praticados ou tentados actos de terrorismo tendentes a enfraquecer a vontade de resistência ou a diminuir o potencial de defesa.
Nestas condições, o Governo carece de continuar habilitado a, dentro da legalidade, adaptar as providências necessárias para reprimir a subversão e prevenir a sua extensão.
Embora o reconhecimento dos pressupostos dessa habilitação possa considerar-se mais de uma vez feito pela Assembleia Nacional, julga o Governo conveniente que, com a entrada em vigor da Lei nº 3/71, de 16 de Agosto, a Assembleia formalmente, nos termos e para os efeitos do § 6.º do artigo 109.º da Constituição da República Portuguesa, se pronuncie sobre a existência e a gravidade da sublevação que afecta algumas partes do território nacional, gravidade que se acentuará, sobretudo, se não puder ser atalhada e reprimida como convém aos interesses dos povos que as habitam que o mesmo é dizer— da Nação Portuguesa.
Esta comunicação não nos admira, dirão os Srs. Deputados, todos nós sabemos que Marcelo Caetano era um fascista. E é verdade. Mas se lemos alguns passos
da comunicação é porque na sessão seguinte foi feita uma proposta, depois aprovada, que dizia:
A Assembleia Nacional, nos termos e para os efeitos do disposto no § 6.º do artigo 1O9.º da Constituição Política, reconhece que persiste a ocorrência de actos subversivos graves em algumas partes do território nacional.
E o que talvez venha a admirar alguns é que essa proposta foi apresentada à mesa por um grupo de Deputados fascistas entre os quais se encontra o nome de João Bosco Soares Mota Amaral, conforme consta na p. 2801 do Diário das Sessões, de 19 de Novembro de 1971.
E este senhor está aqui nesta Assembleia como Deputado do Partido Popular Democrático.
Como será possível o Sr. Mota Amaral vir agora nesta Assembleia participar na elaboração de uma Constituição antifascista, quando em 1971 afirmava
que existiam actos subversivos em algumas partes do território- nacional?
Esses actos subversivos a que o Sr. Mota Amaral se referia o que eram?
Era a justa luta dos povos irmãos das colónias contra o domínio imperialista e colonialista português pela sua independência nacional.
Era a justa luta que os povos de Moçambique, Angola, Guiné e Cabo Verde travavam de armas na mão, pela sua liberdade, para poderem tornar-se senhores dos destinos, sacrificando os seus melhores filhos numa guerra que lhes era movida para continuar a sua exploração e a rapina das suas riquezas naturais. Era a justa luta do povo português contra a tirania fascista, a exploração desenfreada, a miséria do povo, contra a criminosa guerra colonial.
A UDP apresenta aqui esta questão, porque não transige nem colabora com fascistas. O caso que aqui apresentamos nem sequer é o de um simples colaboracionista. Não. É o de um verbo de encher que se sentou na Assembleia para aquecer as suas cadeiras e, na Assembleia fascista, uma vez ou outra levantou o braço para votar traindo todo o povo, Não, o Sr. Mota Amaral foi mais do que isso. Foi um dos principais responsáveis por a Assembleia fascista ter dado plenos poderes ao Governo de Marcelo para atalhar e reprimir, como diz a comunicação, o povo português e os povos das colónias. E que é que significou dar plenos poderes ao Governo fascista para atalhar e reprimir?
Significou o Governo fascista poder legalmente prender, torturar, assassinar nas masmorras da sangrenta Pide os melhores combatentes do nosso povo que se encontravam na frente das lutas pela liberdade, pelo pão, pela paz.
Significou o Governo fascista poder enviar legalmente as suas bestas de choque, os PS-Ps, e GNRs contra as manifestações populares, as greves operárias e as lutas dos camponeses. Significou o Governo fascista poder legalmente incrementar a guerra colonial de assassínio dos povos irmãos das colónias, nossos grandes aliados e que mais directamente contribuíram para o derrube da ditadura fascista.
Srs. Deputados: Os antifascistas, os revolucionários, os povos das colónias não se esqueceram de quem é o Sr. Mota Amaral. Todos sentimos bem na carne o que foi o aumento da repressão fascista a partir de fins de 1971, com a força redobrada que o Governo de Marcelo tinha depois da resolução que o Sr. Mota Amaral propôs. E a voz dos mortos na guerra colonial assassina e de todos os que foram reprimidos e martirizados pelo Governo fascista, apoiado nessa proposta, não se apaga com uma simples passagem de esponja. Não chegou o Sr. Mota Amaral dizer-se agora «democrata». Depois do 25 de Abril já vimos muitos camaleões mudarem de cor conforme as conveniências e ainda não nos esquecemos do 28 de Setembro e do 11 de Março. Este senhor foi um destacado elemento fascista, que propôs o aumento da repressão sobre os povos coloniais e povo português.
Este senhor foi um elemento de vanguarda do fascismo. Este senhor foi o porta—voz na Assembleia fascista de Marcelo Caetano. A UDP pergunta: que leis vamos nós aqui fazer contra o fascismo? Que legislação vamos propor para os tribunais que irão julgar os fascistas, os pides, os legionários, quando aqui nesta Assembleia está pelo menos um destacado fascista que passou um cheque em branco ao Governo de Marcelo para dar as ordens aos pides, aos bufos, aos legionários, etc.? Então vamos julgar e condenar os executores da repressão fascista e pôr os que antes lhes davam ordens a fazer Constituição antifascista?
Srs. Deputados, foram estes factos de extrema gravidade que nos levaram a fazer as propostas que agora apresentamos. As quais, e por dever para com o povo português, juntamos a de que esta Assembleia não reconheça o Sr. João Bosco Soares Mota Amaral como Deputado. Certamente que depois do que aqui afirmamos muitas vozes se levantarão nesta sala a dizer que esse senhor foi eleito pelo povo. Mas a UDP pergunta: o povo português sabia destes factos que acabamos de relatar?
O povo português sabia que esse senhor tinha sido o proponente de que fossem dados plenos poderes ao Governo de Marcelo para reprimir o povo?
O povo português não votou em normas. Votou naquilo que os partidos diziam.
O Partido Popular Democrático informou o povo português que um dos seus candidatos tinha sido um destacado e importante elemento fascista?
Os órgãos de informação transcreveram estes factos que aqui apontamos, e que esperamos que amanhã transcrevam, para que o povo estivesse esclarecido?
O
povo português nunca se interessou pelo que se passava na Assembleia
fascista. E sabia que essa Assembleia era fascista.
Srs.
Deputados: Pelos dados e tempo de que dispomos só pudemos investigar
sobre este caso. Haverá com certeza outros casos sobre os quais
pedimos que seja a Comissão de Verificação a estudar e a
apresentar a esta Assembleia, para depois nos pronunciarmos. Por
exemplo, apresentamos as posições de repúdio que em várias
manifestações o povo tem tomado contra o Sr. Deputado Galvão de
Melo. E apontamos as variadíssimas posições que esse senhor tem
tomado publicamente como dizendo que «a Ditadura Portuguesa era
muito branda a ponto de não suscitar a oposição popular, com
excepção dos comunistas e de alguns socialistas»; e sobre as
torturas da Pide?
«. .. condeno-as; mas limitaram—se apenas
a poucos elementos obstinados» (ver Diário de Notícias, de 27 de
Abril de 1975).
E ainda não nos esquecemos que esse Senhor apoiou a manifestação fascista de 28 de Setembro através de um comunicado proveniente do seu gabinete e transcrito em A Capital, de 27 de Setembro de 1974, que o recebeu por intermédio do Ministério da Comunicação Social.
Nem sequer nos encontramos esclarecidos sobre a forma como esse senhor apareceu embrulhado no golpe de 11 de Março.
Srs. Deputados: Espero ter sido perfeitamente claro naquilo que expus.
Tenho dito.
Aplausos.”
Com a conivência
do
PS foi permitido que a “evolução na continuidade” Marcelista
chegasse intacta aos dias de hoje, iniciando agora nova mutação, parindo um partido fascista, o “chega”.
Ao
longo dos anos os “capos” ou chefes do PPD representaram um papel
fundamental no retrocesso, corrupção e empobrecimento do nosso
país. Veja-se os papéis decisivos que representaram Cavaco Silva e
mais recentemente Passos Coelho. Nomes ligados à finança e às
corporações da alta burguesia, principalmente do norte do país,
que nos conduziram a um estado de total dependência duma Europa
dominada e comanda pela direita, isto para já não falar nas
ligações que tiveram em processos ainda em curso, como o caso BES
de Ricardo Salgado, BPN, etc.
É neste quadro importante salientar o nome de Marcelo Rebelo de Sousa como o presidente dos “afetos” num quadro “liberal”, da "doutrina social da igreja" e consequentemente a tentativa do poder continuar nas mãos dos mesmos de uma forma “soft” ou porque não dizer, um “direitismo de pantufas”.
O PPD parido formado após o 25 de Abril de 1974 tem como origem a chamada “ala liberal da ANP fascista, a quem carinhosamente Marcelo Caetano apelidava dos “meus jovens amigos”. Os tiques do passado ficaram e ainda hoje o actual líder do partido nega que tenha havido fascismo em Portugal, “talvez apenas tenha havido uma ditadura que até era branda”.
É também muito curioso analisar o “regresso às origens” nas soluções actuais da governança que esta casta encontrou.
Recentemente, nos Açores foi dado posse a um governo, pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa, constituído pelo PPD aliado ao que resta do CDS e outros, com o apoio do partido fascista “chega” que foi fundado por um militante do PPD e legalizado pelo Tribunal Constitucional, embora o seu ideário ataque frontalmente a democracia e a Constituição. Esta solução derrubou um governo PS de carreiristas. Curiosamente em 1975 Mota Amaral foi posto em causa no início dos trabalhos da Assembleia Constituinte, ele que viria a ser um “chefe” dos Açores durante muitos anos.
Nos
dias que vivemos a pandemia veio proporcionar meios aos detentores do “poder
democrático” saído do 25 de Novembro de 1975, através de "estados de emergência" e outras medidas repressivas que, não melhorando a saúde pública vêm ao encontro dos interesses ditos "económicos". De um lado estão
os “governantes” e "técnicos" do outro, uma população
doente, empobrecida e alienada pelos muitos anos de “lavagem ao
cérebro” pelos media nas mãos de personalidades ligadas à “ala
liberal” da ANP e de corporações suspeitas. Basta ter em conta medidas como o condicionamento horário de acesso aos bens de consumo, aos fins de semana, provocando aglomerações de pessoas evitáveis, contrastando com as péssimas condições de transporte, por exemplo, dos trabalhadores durante a semana para exercerem as suas actividades profissionais.
Apesar de alguns jovens jornalistas procurarem alternativas independentes no campo da informação, de muito mérito (fumaça e shifter p.ex.) o peso do dinheiro e do conhecimento como manobrar nos corredores do poder instituído é muito grande.
Para
finalizar: Justiça, que justiça? Saúde, que saúde? Educação,
que educação?
As respostas estão sempre dependentes do tipo de sociedade que queremos ter: Uma sociedade fraterna, solidária, justa que depende da cidadania ou uma outra, a que temos actualmente, dependente do capitalismo selvagem, das máfias corporativas, das seitas religiosas e ameaçada por grupos fascistas fanáticos.
O futuro nos dirá mas os sinais não são os melhores.
A próxima eleição presidencial, embora não vá mudar nada, constitui mais um passo para manter o poder nas mãos dos mesmos: Políticos comprometidos com a finança nacional e internacional e subordinados às corporações europeias e mundiais.
O
regime de democracia formal “representativa” vai continuar a
“adubar” o pântano de que um conhecido primeiro ministro do PS
fugiu em tempos idos. No outro lado estão os cidadãos acusados de
virar as costas à política (as sondagens apontam para 60% ou mais
de abstenção) quando na realidade o que se passa é que a cidadania
pouco interfere na condução da política tal é o espartilho
“legislativo” que blinda o poder vigente. Resta-nos a esperança
de que uma próxima geração varra este regime podre e caduco!
A
nós resta-nos resistir e dentro do possível sabotar esta máquina
trituradora da sociedade em que os ricos estão cada vez mais ricos e
os pobres cada vez mais pobres e doentes.
Nota: A utilização repetida das
palavras FASCISMO ou FASCISTA ao longo do texto é propositada. A
palavra extrema-direita é muito vaga e em Portugal durante quase 50
anos o que tivemos foi um regime FASCISTA e a ameaça que está aí à
porta é uma ameaça FASCISTA.
O autor não respeita o último
acordo ortográfico, sem qualquer fundamentalismo, escreve com
aprendeu na escola no século passado.
2 de abril de 2020
Enfrentando a fera: Usando o GNU Health para ajudar na luta contra a pandemia do COVID-19
Passo a partilhar a tradução para português deste excelente texto de Luis Falcon que chegou ao meu conhecimento no dia 31 de Março.
Reflexão: Há quantos anos andamos a perder autonomia, dinheiro, recursos humanos e técnicos com esta política de “submissão” às corporações detentoras de software proprietário que nos têm arruinado e posto em causa a independência da nossa comunidade.
É nesta altura de grave crise pandémica que todos os cidadãos e responsáveis políticos devem decidir romper com o status e pensar a sério no nosso futuro.
Introdução
Pessoas antes de pacientes: demografia e infraestrutura de saúde
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Unidade Domiciliar em GNU Health: membros e sua geolocalização vinculada à OMS |
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Modelo de instituição GNU Health |
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Amostra de pirâmide populacional GH |
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GH eval, extrato de relstório dx |
Triagem
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Amostra de ecrã do paciente GNU Health, incluindo informações críticas relacionadas com a doença de COVID-19 |
Gestão clínica
Exames médicos e exames laboratoriais
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Radiologia da GNU Health. Achados compatíveis com pneumonia atípica num paciente COVID-19 |
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GNU Health LIMS exibindo uma amostra completa de hemograma |
Certificados de Óbito
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Secção de assinatura digital da certidão de óbito |
Pesquisa
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A Federação de Saúde GNU conecta milhares de nós de instituições de saúde e pesquisa. |
Uma chamada para Open Science, Open Data e Libre Software
Texto original