3 de agosto de 2015

Perdi hoje um velho companheiro das músicas

Com ele andei a vasculhar no baú da nossa colecção das músicas dos Anos 60 mais de 20 anos!

Aqui fica para memória futura a balada que ele escreveu e que alguém considerou ser a mais bela cantada em português nos idos 60's.
Tive enorme prazer em acompanhar então "Os Claves" Luís Pinto Freitas, Luís Freitas Branco e João Ferreira da Costa, por ocasião do lançamento de uma obra sobre o "Ié-Ié" do Luís Pinheiro de Almeida.
Fica a singela homenagem neste vídeo que captei e montei na altura.
Até sempre Luís!

8 de julho de 2015

Já lá vão 40 anos...


mas nós não esquecemos aquele período tão feliz da nossa vida, mesmo a viver em piores condições.
De Abril de 1974 a Novembro de 1975 tudo aconteceu de rompante, como se as horas fossem anos, tal era a velocidade dos acontecimentos.
Recordo-me da alegria que se apoderou de toda a gente comum, das assembleias infindáveis no bairro e na empresa, do conhecimento do país real e da miséria e o atraso em que o fascismo o tinha mergulhado.
Desde muito cedo acompanhámos a participação activa do Américo Duarte nas mudanças que se exerceram no bairro, na freguesia de Queluz, na LISNAVE e mais tarde na UDP, nos GDUP's e na OUT, estas duas últimas saídas da candidatura do Otelo à Presidência.
Muito haveria para recordar mas por agora ficamos por aqui. Quem sabe, talvez qualquer dia comecemos a contar as recordações e os “restos” dos documentos, histórias etc, para memória futura. 
Isto tudo a propósito do convívio recente que tivemos a oportunidade de viver com o Américo Duarte, o primeiro deputado operário eleito para a Assembleia Constituinte depois do 25 de Abril de 1974, e das recordações que esse acontecimento nos trouxe, consequência de um almoço de convívio de velhos companheiros de luta, principalmentede Queluz.

Américo Duarte com 31 anos quando era deputado da UDP à Assembleia Constituinte
 
O Américo Duarte, agora com 72 anos, alguma falta de saúde, mas sempre com a sua coerência de ideias e de eternos ideais, mantém-se atento à situação política do país e do mundo.
Recentemente o jornal Expresso (Revista N.º 2217 de 25 de Abril de 2015) reuniu os deputados constituintes e desenvolveu um trabalho jornalístico sobre a Assembleia Constituinte. Com alguns erros e imprecisões que foram objecto de um reparo por parte do Américo Duarte já que ele não foi convidado para estar presente. Esse é o direito que lhe assiste visto que foi deputado da UDP quase todo o tempo que durou a elaboração da Constituição da República Portuguesa. Sobre ele foi total o esquecimento quer do jornal quer da Senhora Presidente da Assembleia da República que resolveu colaborar com a iniciativa do Expresso e convidar mais alguns deputados constituintes, excepto o Américo Duarte que faz parte da Associação dos Deputados, de cuja estrutura recebe regularmente convites para participar noutras actividades promovidas por aquela associação.
A resposta que recebeu, num registo de azedume, não conseguiu explicar o inexplicável. Embora pertença à equipa do Expresso o critério editorial e a forma como resolveu abordar esse facto histórico, não deixa de ser criticável a forma como o fez. 


em casa de Américo Duarte consultando as várias páginas de registo das suas intervenções na AC em 1975

Convém frisar que o Américo Duarte não está a pôr-se em bicos dos pés, como aliás nunca o fez apesar das muitas vicissitudes por que passou. Apenas, como diz o ditado popular, “quem não se sente não é filho de boa gente”.


Para terminar uma curiosidade: Há uns anos atrás, confidenciou-me o Américo, que numa noite encontrou o Dr. Balsemão perdido na madrugada de Lisboa e que lhe terá servido de “guia” quando conduzia o seu táxi. O Expresso terá publicado um pequeno texto que reproduzo abaixo, não deixando de acautelar um pouco do “lirismo” do mesmo. De facto, quem conhece o Américo, estranharia que “ele caísse nos braços do Dr. Balsemão...”


Afinal o Dr. Balsemão conseguiu reconhecer o “colega deputado” só os jornalistas do Expresso e a Presidente da Assembleia da República é que já têm alguma dificuldade em reconhecê-lo ou procurá-lo nos registos.
Efeitos do “Novembrismo triunfante”?...




25 de abril de 2015

Num Abril cescentemente cinzento

41 anos depois os do costume teimam em nos castigar por termos ousado sonhar com Alvoradas Libertadoras...
Bem a propósito algumas linhas de um prólogo escrito por Alexis Tsipras para um livro de Pablo Iglesias que acabo de comprar:

"Quando no início dos anos noventa os mercados encontraram o mundo prostrado a seus pés, dispuseram uma grande mesa e convidaram toda a gente para o festim. Dos milhões de comensais, muito poucos perceberam que também estavam incluídos no menu. Os seus empregos, as suas pensões, a sua assistência médica: a sua dignidade, o seu futuro.
Então chegou a grande crise. Os mercados e os bancos conseguiram que os Estados pagassem a conta, e os Estados passaram-na ao povo. Hoje, o sistema de poder político e económico já não pede que nos sacrifiquemos em prol de uma prosperidade futura. Pede que nos sacrifiquemos para podermos sobreviver. Para que ele sobreviva."*

* In Pablo Iglesias - Secretário-Geral do Podemos - "Disputar a Democracia política para tempos de crise" Prólogo de Alexis Tsipras - Bertrand Editora

30 de janeiro de 2015

Só agora tive conhecimento...

Só agora tive conhecimento do desaparecimento de um colega e amigo de infância.
Veio-me logo à ideia os idos tempos da Escola Primária de Queluz, que funcionava no "Edifício da Torre", hoje a Estalagem.
Eu muito pequeno e o Rocha, aquela "torre", a baldar-nos das aulas e ir a banhos para o "Tanque das Figueiras" em Valejas.
Depois a vida encarregou-se de nos separar e muito mais tarde, depois do 25 de Abril, encontrávamos-nos aqui e acolá. Com aquele ar de boa pessoa a saudação era sempre: Então Jaiminho?...
Como me diverti com o "Duarte e Companhia". Sabia que ele se tinha dedicado ao cinema em várias vertentes.
Ainda há pouco o tinha encontrado aqui perto da minha porta onde estivemos a conversar.
Assim de repente lá se vai mais um amigo...