Nada faria prever que passados uns dias após ter
tido uma amena cavaqueira com o TiagoCarrondo acerca do projecto Fairphone e logo na ante-véspera do
Natal viesse a encontrar um postal da DHL na minha caixa de correio.
Não tinha comprado nada, não esperava nenhuma
encomenda…
Vai daí comecei por recordar que me tinha
inscrito no canal Fairphone 2 + Ubuntu Touch por curiosidade. Tinha
também trocado E-Mails com uma Marketeer do Fairphone.
Como já há muitos anos que não acredito nem
costumo esperar pelo “Pai Natal” resolvi pôr tudo em pratos
limpos, ligando para a DHL para ter mais elementos. Cheguei à
conclusão que a coisa vinha da Holanda. Pois claro era um Fairphone
que estava a chegar.
A primeira impressão foi muito curiosa porque
ali estava um telefone que não fazia chamadas (nem sequer o SIM
reconhece) mas que prometia umas boas horas de “luta” para o
começar a conhecer.
Esquecendo que o Ubuntu nele instalado ainda é
uma versão pré-Alpha e por isso muito condicionada pus-me a
actualizar o software para a versão 11 que lá estava disponível…
Resultado: O telefone bloqueou e não mais
reiniciou.
Como nestas coisas, muitas vezes, é assim que
se aprende, lá me pus a ler as centenas de mensagens trocadas pelos
muitos técnicos participantes no canal Fairphone 2 + Ubuntu Touch do
Telegram.
Antes de continuar a descrever esta aventura
gostava de deixar aqui já um link para o projectoFairphone. Vale a pena conhecer.
Quero destacar desde já um ponto
importantíssimo: Ao contrário das grandes marcas que vendem
produtos FECHADOS sem que o utilizador possa adaptar, modificar e
usar os meios tecnológicos como quer, O Fairphone com Ubuntu Touch é
uma peça que trará a LIBERDADE de se usar um telefone sem estar
sujeito às regras rígidas do hardware e software proprietários.
Não é importante? A papinha está toda feita? E os custos
disso?
“Acredito num futuro não muito remoto em que o utilizador é quem vai MANDAR. O fim da era de milionários esquizofrénicos, tão “espertos” que quase comandam a indústria como se um cartel de droga se tratasse…”
“Acredito num futuro não muito remoto em que o utilizador é quem vai MANDAR. O fim da era de milionários esquizofrénicos, tão “espertos” que quase comandam a indústria como se um cartel de droga se tratasse…”
Dois dias depois…
Após o “repasto natalício” pus-me a
pesquisar como sair da dormência pouco “justa” e aqui, mais uma
vez, sublinho a diferença de se estar dependente de uma assistência
PAGA ou então optar por pertencer a uma comunidade mundial com
milhões de utilizadores, programadores e entusiastas que trocando
entre si experiências, ajudam a resolver os problemas que vão
surgindo.
Mas voltemos ao caso: Após várias incursões
por esta página enchi-me de coragem para percorrer o caminho indicado no guia
tendo em vista recuperar o software do telefone.
Ao mesmo tempo comecei a fazer perguntas no canal do Fairphone- Ubuntu Touch do Telegram.
Ao mesmo tempo comecei a fazer perguntas no canal do Fairphone- Ubuntu Touch do Telegram.
Pôr o telefone em fastboot e entrar no recovery…
Ui que coisas tão amedrontadoras para um leigo. Afinal nem tem muito
que se lhe diga. O medo de errar é que nos trava!
O procedimento de facto não é muito amigável e
leva o seu tempo a interiorizar. Botão de volume para cima, botão
do volume para baixo, premindo ao mesmo tempo o botão de ligar.
Veio-me à memória um post do Ubuntu-pt-UbuntuPhoners, quando
alguém, referindo-se ao Fairphone, confessava que o que gostava
mesmo era de ter um telefone com interruptores, botões e tudo!
Lá fui progredindo: Primeiro não conseguia
entrar em fastboot, vim a descobrir que o cabo USB que usava não
prestava para isso, depois de usar outro lá me alegrei quando
apareceu a mensagem desejada no terminal. Reparem que apesar das
adversidades as etapas iam-se cumprindo a caminho do objectivo. Agora
já não era possível desistir e a coisa passou quase a ser uma
obsessão.
Graças ao meu “MacBook-Killer” artilhado com
o Ubuntu 16.04 LTS foi-me possível recuperar o Ubuntu Touch no
Fairphone depois de instalarsoftware para o efeito
Vale a pena referir que o laptop que uso teria
custado uns 1500 € se fosse de marca (Windows ou Mac). Na
Assismática adquiri um
maquinão e não chegou a 800 €.
E lá estava o Fairphone a olhar para mim e a
perguntar: Então quando é que me consegues “Rebootar”?…
Reiniciado o caminho para colocar o Fairphone em
fastboot lá consegui cumprir todas as etapas até ter a máquina
pronta para o recovery.
Os ficheiros descarregados para
o laptop iam agora
ser transferidos
para o Fairphone.
Um erro inesperado: Depois de copiar os comandos
assinalados no guia deparei-me com uma situação caricata:
Este era o comando a ser dado no terminal:
Quem é bom observador? (não vale ver a solução
abaixo)
Um comando mal copiado (incompleto) não me
deixava completar o processo.
Como resolvi?
Recorrendo à “ajuda on-line”
Como resolvi?
Recorrendo à “ajuda on-line”
Ultrapassado o erro comecei a ver no terminal o
processo de descarga da versão 9 do Ubports a correr.
Depois de um bom bocado o telefone vibrou e fez o
Reinício!
Eis o Ubuntu a “abrir” no Fairphone:
Depois foi completar o Passo 6 (Flashar o
Fairphone com o “Ubuntu+Fairphone image”
Finalizo este testemunho agradecendo primeiro a
possibilidade de ter tido o Fairphone para testar, a todos os que me
ajudaram a aprender mais umas coisas neste mundo fantástico do
Software Livre. Sei bem que é um terreno fértil em discussão,
encontros e desencontros por muita gente boa que quer contribuir para
o seu desenvolvimento e expansão.
Do ponto de vista dos Princípios situo-me como
um modesto utilizador do GNU/LINUX, aberto às mensagens dos
defensores do Open Source mas muito atento aos alertas da FSF(Free Software Foundation) à FSFE
e à ANSOL da qual sou
associado.
Comecei a utilizar e a cooperar com o Ubuntu em
Janeiro de 2007 e confesso que é a distro que mais gosto. Tenho
também utilizado e testado outras variantes como o Ubuntu Mate, que
tenho numa máquina mais velha (ASUS A6JC com cerca de 12 anos).
Foi precisamente essa máquina que substituí
este ano cedendo o A6JC à minha filha.
Tudo se pode substituir cedendo o que ainda é
válido a outros. Esse é o princípio que tenho esperança se
mantenha no campo do Software Livre: Evoluir sem Destruir!
Uma palavra final aos companheiros do Ubuntu-pt.
Que o Novo Ano que se aproxima nos traga forças e engenho para
engrandecermos o GNU/LINUX Ubuntu.
Obrigado a Todos!
Nota final:
São LIVRES de criticar, partilhar, alterar o que
quiserem.
Que textos como este possam entusiasmar qualquer um a libertar-se das muitas “grilhetas digitais” que por aí andam.
Que textos como este possam entusiasmar qualquer um a libertar-se das muitas “grilhetas digitais” que por aí andam.
Acreditem é a única forma de contribuir para o
desenvolvimento sustentado da Humanidade.
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