Hoje tentei entrar num Fórum da TSF que abordava os "lucros obscenos" que se têm registado no negócio bancário.
Começo por lamentar a metodologia deste programa que "gastou" uma parte significativa do tempo com declarações de dois distintos economistas, por sinal e aparentemente de posições políticas opostas, que funcionaram como defensores do lobby "capitalista-bancário".
O Sr. João Salgueiro que ainda foi subsecretário de estado do planeamento do governo de Marcelo Caetano (1969-1971) e actual presidente da Associação de Bancos Portugueses não me surpreendeu com a suas considerações cheias de "autoridade" na matéria. Podemos resumi-las ao facto de ele ter afirmado que o bancos portugueses têm uma excelente gestão: Cortam custos e potenciam lucros altos, sendo até admirados no estrangeiro pelo alcance de resultados tão brilhantes.
É claro que ele "esqueceu-se" de referir que estes resultados tão brilhantes são conseguidos à custa da exploração desenfreada dos "clientes internos e externos"* com o objectivo de alcançar o lucro a qualquer preço!
Ficámos também a saber que a banca conta hoje nos seus quadros com 40% de licenciados o que para o Sr. João Salgueiro é um sinal de progresso. Ou será o contrário? Gente mais apetrechada mas mais mal paga.
Depois e embora o locutor o tenha chamado a atenção várias vezes, deturpou as palavras do Sr. Belmiro de Azevedo que ontem saiu a terreiro a criticar os bancos por aumentarem os preços dos serviços aos clientes quando se verificavam aumentos de custos. Mas esta é outra história...
O Sr. João Salgueiro faz-se de esquecido com a falta de escrúpulos da banca quando ela cai em cima de clientes que engana com contratos e publicidade enganosa, que agrava os preços dos serviços quando os clientes têm incumprimentos por dificuldades e lhes tenta "extorquir" dinheiro com "oferta" de novos produtos (como por exemplo cartões de crédito!). Afinal qual é o problema? Isto é democracia da boa! Isto é o mercado a funcionar!!!
Da intervenção do Sr. António Peres Metelo destaco apenas a preocupação que ele manifestou sobre o endividamento dos bancos portugueses ao estrangeiro. Quem havia de dizer que um antigo militante da UDP viria a centrar a sua atenção no estado de saúde da "economia capitalista"...
Pois é Sr. Manuel Acácio que frustração de Fórum!
Um tema tão candente e importante e chega-se ao fim com a sensação de ter havido "muita parra e pouca uva"!
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* Esta dos clientes internos e externos comecei a ouvi-la no início da década de 90 quando se falava muito em: MUDANÇA, EXCELÊNCIA, GESTÃO CENTRADA NO CLIENTE. Foi a partir daí que comecei a ver serem levadas à prática as maiores patifarias.
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