19 de novembro de 2008

Os maiores de cinquenta não devem deixar-se enganar!...

Acabo de ler no no "Diário IOL pt" um artigo bastante revelador da forma como alguns dos mais novos encaram aqueles a que costumam chamar "cotas".
A inspirada Mónica Chaves, directora da BrandKey (que deve ser fã do plano tecnológico) desenrola o "guardanapo" e indica uma série de pistas úteis a todos aqueles que se dedicam à exploração dos mais velhos.

"Dentro de 15 anos, os séniores portugueses irão representar cerca de metade da população. Em 2024 as estatísticas mostram que existirão cerca de 183 idosos para cada 100 jovens. Números de 2007 do INE mostraram que, pela primeira vez, a mortalidade superou a natalidade.
Trata-se de um mercado em crescimento que já assumiu uma dimensão relevante e que tende a aumentar no futuro», refere Mónica Chaves."

Como em tudo: Educação, Saúde, Justiça, o olhar capitalista para as OPORTUNIDADES de negócio não pára de procurar novas franjas a explorar. Antes de nos despejarem nos ditos lares para ficarmos lá a apodrecer querem sugar-nos o que ainda nos resta: Algum dinheiro e saúde...

Este é um sério aviso para os que ainda raciocinam e têm capacidade para se opor à ARROGANCIA e DESUMANIZAÇÃO.
É por estas e por outras que não alinho em modas nem figurinos, nem me deixo embalar por demagogias baratas.
Por isso estou contra este modelo de sociedade e contra todas as formas de opressão que a "choldra de colarinho branco" implantou.


Querem mamar mais?!...

2 comentários:

Caínhas disse...

Não vejo da parte da cronista referida no teu bloog, nada que não reflicta o que são de facto os cidadãos de escalão etário, de 50 anos para cima.
É uma realidade, que ela constatou, embora não tenha descoberto a pólvora. Realça e muito bem que nós nos adaptámos facilmente às novas tecnologias, embora os produtos sejam todos feitos a pensar nos mais novos.
Que no entanto continuamos a preferir os produtos que são de valor garantido, tradicionais e do nosso tempo.
Não tem nada de exploração, emite-se uma opinião, sobre uma realidade visível,aqui funcionou o teu lado radical assanhado, é o que me parece.
Por mim a foto da senhora que até me parece ser ainda mais velha que nós, emite uma opinião baseada em realidades que se constatam e até reclama direitos para a "classe", não directamente mas lido nas entrelinhas.

Francisco Costa Duarte disse...

Não sei quem é Mónica Chaves nem me interessa muito. Deduzo ser alguem que ganha a vida a vender chuchas para bébés ou fraldas para incontinentes de 90 anos, consoante o que seja mais rentável.
Está no seu direito de sobrevivência, sem culpas, sem escrúpulos e sem angústias existenciais, mas também sem qualquer olhar humanitário! Eu, no entanto, estou, como o Jaime, noutro plano, o da dignidade, que está muito acima de quaisquer números de prováveis consumidores. A dignidade dos seniores que pagaram toda a sua vida para as actuais Mónicas Chaves terem direito à sua sobrevivência e que acumularam experiência e sabedoria, facto reconhecido desde Platão, há 2500 anos, até às sociedades tribais actuais menos "desenvolvidas". Estas análises deshumanizadas são, a meu ver, autofágicas: depois de comerem, fartamente, a carne dos seus vivos ainda se candidatam a comerem em festim os ossos dos seus mortos.